Ditadura nunca mais!
Por Roberto Filho (Estudante)*
“Que tempos são esses, em que temos que defender o óbvio?”. Esse é o famoso questionamento levantado pelo ilustre dramaturgo e poeta alemão Bertold Brecht, cuja obra tem forte caráter crítico à política elitista e excludente do século XX. A resposta para tal indagação seria: são tempos infelizes, cretinos mentirosos e projetos de déspota usufruem da delinquência e declaram seu mais profundo amor ao autoritarismo, ao mesmo tempo que promulgam seu rancor pelo poder popular (infelizmente quase apagado da realidade) e se alimentam de inverdades, canalhices e do desespero dos desafortunados.
Primordialmente, porém, precisamos entender que a sede por poder vinda não só da classe militar mas também de outros setores como políticos e elites não é um fato recente. Desde os primórdios da nação que conhecemos atualmente como Brasil, conflitos sociais e ideológicos são incentivados em prol da manutenção do domínio de poucos (classes dominantes) em cima de muitos (nós, classe popular). Dois exemplos disso estão presentes em épocas não tão distantes da atual realidade do povo brasileiro, sendo esses o que conhecemos simbolicamente como “1937” e “1964”, ditaduras sanguinárias que abusaram do falso moralismo e da farsa da “Ameaça Comunista” durante o contexto da ascensão do movimento operário e da Guerra Fria, respectivamente. Em ambas as ocasiões, a escória golpista das Forças Armadas, da casta política nacional e das elites urbanas e agrárias estavam diretamente envolvidas, pregando falsas alegações e promovendo atos de violência como torturas, assassinatos e prisões arbitrárias para quem se opusesse a tamanhas atrocidades.
Portanto, com essa realidade em mente, para resolver tamanha crise será necessário mais do que conversamos entre nós a respeito do assunto como se fosse uma casualidade de botequim. O principal medo daqueles que odeiam o povo é que o povo descubra que tem mais poder do que qualquer arma inventada pelo ser humano. Basta de termos que acordar todos os dias com a imposição de políticas que destroem os nossos direitos e legalizam nossa exploração descaradamente. Basta de aceitarmos que nossas almas e corpos sejam vistos apenas como produtos a serem vendidos por aqueles que detêm o capital e usufruem dele como usufruímos de nossos assentos sanitários. Basta de termos medo de agir, pois aqueles que nos odeiam têm medo que não tenhamos medo. Por isso, temos o dever de lutar por um país mais justo, democrático, popular e unificado, mas principalmente o dever de lutar pelos nossos direitos civis e pela liberdade, através da radicalização dos setores civis e dos movimentos sociais (nós mesmos).
Só assim, nunca mais iremos repetir os erros que nos assombram, para que a liberdade fique acima de tudo e o povo acima de todos. Viva o Brasil!
*Texto produzido na Oficina de Redação do Professor José Roberto Duarte