Racismo no Brasil: como combater esse mal no século XXI?
Por Victoria Carvalho Elói (Estudante)
No século XIX, os imperialistas usaram a ciência para legitimar suas ideias de supremacia racial. A partir daí surgiu o “Darwinismo Social” proferindo que os povos da África e Ásia, por serem “selvagens”, o europeu tinha o dever de civilizá-los e tomar posse de suas terras. Semelhante a essa época, no Brasil o racismo é utilizado como uma estrutura de poder, tirando liberdades de muitos e dando regalias a poucos. Resulta que o preconceito racial no nosso país é um problema sistemático e econômico.
Em primeiro plano, é importante ressaltar que as “raças” do corpo social são sistematizadas, ou seja, o senso comum popular constrói predeterminações sobre características de certos grupos. Quanto a isso, o antropólogo criminal Cesare Lombroso evidencia que os negros e pardos têm grandes índices de condutas criminosas, que, segundo ele, derivam dos resquícios raciais que lhes adulteram o caráter. Entretanto, de acordo com o sociólogo Émile Durkheim: certos hábitos reproduzidos são influenciados pela socialização com o ambiente e não por fenômenos hereditários. Pode-se dizer, então, que o número de criminosos é maior entre esses grupos, por eles serem discriminados e negligenciados.
Vale mencionar também que a desigualdade racial no nosso país é acarretada pelas situações econômicas de cada nível social, decorrentes de fatores históricos. O Brasil surgiu de um sistema colonial hierárquico, em que muitas terras de engenho estavam concentradas em poucas mãos, de tal forma que não houve o interesse de distribuição de riquezas e direitos civis. Ademais, após a abolição da escravatura, houve a falta de assistência às populações livres, que teve como consequência a marginalização desses. Essas raízes ainda persistem atualmente, na desproporção de renda e maus investimentos na área social.
Identifica-se que o racismo no Brasil é a base para muitos conflitos internos, portanto, essa estrutura deve ser desconstruída com as devidas soluções. Cabe ao MDH, juntamente com o Ministério da Educação, concretizar os direitos humanos e civis, por meio de mais incentivos para democratizar a inclusão social das diversidades étnicas, no intuito de desnaturalizar injustiças contra essas pessoas. Além disso, é dever das Secretarias de Educação estaduais e municipais melhorar o ensino público, fiscalizando com mais eficácia as verbas desse âmbito, com o objetivo de fomentar oportunidades de emprego para grupos sociais omitidos. Com tais implementações, o racismo será uma mazela passada na História brasileira.
*Texto produzido na Oficina de Redação do Professor José Roberto Duarte