Os riscos e as consequências da nomofobia
Por Airton Luna (Estudante)
Nomofobia, termo criado pela instituição de pesquisas sociais britânica YouGov em 2008, está relacionado a pessoas que são viciadas no uso excessivo de celulares, principalmente, redes sociais como Instagram e WhatsApp. Indivíduos com essa fobia de ficar momentos sem o celular por perto, estão cada vez mais dependentes da tecnologia, fato preocupante, visto que causa vários problemas, por exemplo: dificuldade e insegurança em socializar naturalmente, sedentarismo, falta de atenção e foco nos estudos, entre outros.
Segundo dados de pesquisas feitas pela YouGov em 2008 e Oxford em 2013, quase 55% da população já adquiriu esse medo e mais da metade são jovens. Tais pesquisas também mostram que indivíduos nomofóbicos se sentem inseguros com a socialização física preferindo assim as redes sociais para fazerem amizades e conversar.
Devido a ser mais presente entre jovens, a educação também é prejudicada, já que os adolescentes estão voltando a atenção para aplicativos sociais e de jogos do que para os estudos, afetando a aprendizagem, o senso crítico e os resultados em processos seletivos como vestibulares e concursos. Os adultos também são afetados, uma vez que sua produtividade cai em quase 30% pelo fato de optarem muitas vezes em passar horas e horas mexendo no aparelho móvel ao invés de aumentar sua carga de trabalho ou então se aperfeiçoar ou buscar um trabalho melhor e mais remunerado. Seguindo essa linha de pensamento, o sedentarismo também é consequência, pois a facilidade de pedir e a baixa qualidade dos produtos de “fast food” influenciam a seguir hábitos sedentários e ruins à saúde.
Em suma, assim como outras fobias, a nomofobia causa várias consequências negativas à sociedade. Para solucionar esse problema, não basta apenas retirar o celular da vida das pessoas, posto que, assim como o álcool e drogas, a abstinência causa irritabilidade, agonia e até mesmo depressão. As famílias e amigos são as melhores respostas, usando a orientação, a ajuda e a fiscalização de familiares e amigos que passam por esse medo. As escolas e universidades ajudam com a promoção de debates e atividades sociais em grupos além do acompanhamento de cada aluno. O governo federal, por meio da secretaria da cultura, pode destinar verbas a projetos culturais de inclusão e socialização, por exemplo: peças de teatro, galeria de artes, escolas de música, centros de artes marciais, entre outros, todos de forma gratuita.
Espera-se, com a união dessas esferas, o combate efetivo a essa fobia social, que, infelizmente, afeta mais da metade da população mundial, para trazer de volta hábitos mais sólidos de comunicação e interação social que estão se perdendo.
* Texto produzido na Oficina de Redação do Professor José Roberto Duarte