Por Anna Yres Cavalcante (Estudante)
“O julgamento depreciativo, desrespeitoso, jocoso e, consequentemente, humilhante da fala do outro ou da própria fala”, segundo a mestre em letras e doutora em linguística Marta Scherre, mostra o julgamento contra determinadas variedades linguísticas atacando a grupo de menor prestígio social associado como inferior. Tal atitude aumenta o preconceito no Brasil. Desse modo, faz-se necessária a discussão de medidas que resolvam de fato a questão.
O preconceito linguístico na sociedade brasileira não acontece de agora. Desde o descobrimento do Brasil em 1500, vê-se a supremacia e a imposição da língua portuguesa europeia sobre a língua tupi dos índios brasileiros, sendo esta considerada “errada” pelos povos que aqui chegaram. Fora do contexto histórico, atualmente, a cultura gerada pela ideia de que há uma língua correta, baseada na gramática normativa, colabora com a prática e com o pensamento de exclusão social.
Entretanto, devido à grande extensão brasileira, o país apresenta diversas variações e particularidades regionais, ocasionando estranhamento e podendo gerar agressões tanto física quanto psicológica. Além disso, a gramática normativa colabora com a prática e com o pensamento de exclusão social.
Torna-se evidente, portanto, que o Ministério da Cultura em parceria com ONGs deve incentivar a valorização dos sotaques linguísticos, proporcionando apresentações teatrais públicas e palestras, ministrada por profissionais da área. Ademais, a Polícia Civil deve criar sites sigilosos para denúncias de preconceito da língua, punindo, se necessário, além de adotar medidas que assegurem a vigência da liberdade linguística. Assim, o país será menos preconceituoso, e a segurança de fala será garantida.
*Texto produzido na Oficina de Redação do Professor José Roberto Duarte