Obsolescência programada

Guilherme Sales*
A arte é a melhor maneira de criticar os problemas atuais. Assim surge “Ready Player One” a obra mais famosa de Ernest Cline que narra uma distopia futurista em 2044 e como a sociedade utiliza o “Oasis”, uma realidade virtual, para fugir de todo lixo e poluição, fato que ocorrerá caso a cultura do consumo não pare.
Obsolescência programada é o nome dado à redução da vida útil de aparelhos por intenção do fabricante, assim, visando a lucros futuros na nova compra. Esse fenômeno surgiu com a quebra da bolsa de valores de Nova Iorque em 1929, que ocorreu pela estocagem de produtos de produtos, pois não havia mercado consumidor.

Segundo o IDEC - Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor, a humanidade anda consumindo 30% a mais do que o planeta é capaz de repor e absorver. Logo, problemas ambientais causados pela extração excessiva de matérias-primas e a liberação irregular de metais pesados surgem, como o aquecimento global e a contaminação de lençóis freáticos.
Dificuldades além de ambientais, como as que já estão acontecendo e que também foram retratadas no livro, aparecem as sociais e psicológicas. A sociedade do consumo impõe padrões de uso que muitas vezes não podem ser atendidos, gerando casos de depressão, “bullying” ou ambos.
Como esse modo de produção não pode ser parado, ele deve ser controlado. Assim, urge que institutos como o IDEC promovam campanhas alertando sobre o consumo consciente e que as leis sobre logística reversa sejam enrijecidas para garantir que as empresas a cumpram.
A obsolescência programada não deve ser tratada como teoria da conspiração. Necessita-se, então, que as medidas citadas sejam aplicadas para que se possa manter a economia aquecida, evitando crises como em 1929 e danos ambientais como os representados no livro de Ernest Cline.
*Aluno do 3º ano da Escola Modelo de Iguatu
Texto produzido na Oficina de Redação do Professor José Roberto Duarte