A redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) teve um efeito satisfatório sobre a economia brasileira ao manter 50 mil a 60 mil postos de trabalho diretos e indiretos no primeiro semestre de 2009. Essa é uma das principais conclusões da nota técnica Impactos da Redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Os números foram revelados pelo diretor de Estudos Macroeconômicos (Dimac) do Ipea, João Sicsú, e pelo técnico de Planejamento e Pesquisa Fábio Roitman na última terça-feira. “Entre janeiro e junho, 1,420 milhão de veículos (automóveis e comerciais leves) foram vendidos no país. Destes, 191 mil podem ser atribuídos à medida de redução do IPI. Ou seja, 13,4% do que foi vendido é atribuído à redução do imposto”, afirmou Sicsú. A conta não inclui a venda de caminhões.
Arrecadação
O estudo revelou ainda que a queda nas alíquotas do IPI fez a arrecadação encolher em R$ 1,8 bilhão. No entanto, a mesma decisão, ao elevar a venda de veículos, levou à arrecadação de mais US$ 1,2 bilhão. Portanto, o chamado custo de desoneração da queda do IPI foi de R$ 559 milhões. “Na verdade, o custo dessa desoneração deve ser menor ainda, porque o cálculo inclui apenas tributos federais, mas sabemos que houve também um impacto certamente positivo sobre a arrecadação de ICMS”, disse o diretor da Dimac.
A redução do IPI foi de 100% sobre carros de mil cilindradas e de 50% sobre carros entre mil e duas mil cilindradas. Uma queda semelhante das alíquotas também se aplicou aos veículos do tipo picape. Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), as vendas internas de automóveis foram fortemente afetadas pela crise econômica, sofrendo redução de quase 49% entre julho e novembro de 2008.