UTI para o HRI
O anúncio feito pelo secretário estadual de Saúde, Dr. Cabeto, da instalação de 10 leitos de UTI no Hospital Regional de Iguatu, dentro do plano de contingência para combater o avanço do coronavírus no Ceará, gerou expectativas e mais uma vez mexeu com as vaidades políticas pela paternidade da conquista. Nas redes sociais, os memes dão o tom do deboche. Muitos ironizaram dizendo que o coronavírus, em menos de um mês, trouxe para a cidade as UTIs que os políticos locais tentavam trazer há décadas.
Insuficiente
Apesar da euforia provocada pelo anúncio das UTIs, o número de leitos é insuficiente. De acordo com a Associação de Medicina Intensivista Brasileira (AMIB), a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é de 1 a 3 leitos para cada 10 mil habitantes. Ou seja, para atender Iguatu e a região Centro-Sul, cuja população chega a quase 400 mil habitantes, seriam necessários, pelo menos, 100 leitos. Ainda mais considerando o pico ascendente de infectados pelo coronavírus nos próximos 10 dias, quando só em Iguatu devem surgir, possivelmente, centenas de casos. Segundo a AMIB, o coronavírus não é uma doença grave, mas cerca de 15% dos infectados vão precisar de uma UTI. O desânimo é que o sistema de saúde não está preparado. O SUS já está no limite da utilização. E o pior: em Iguatu já passou do limite.