O aumento do desemprego entre os jovens, a perda de renda e o retrocesso da massa salarial são os destaques da Carta de Conjuntura sobre o mercado de trabalho, divulgada ontem, 10, no Rio de Janeiro, pelo Grupo de Conjuntura (Gecon) do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Esses são elementos importantes para análise da economia como um todo. De acordo com o documento, os jovens na faixa etária de 14 a 24 anos foram os mais afetados pelo desemprego no primeiro trimestre deste ano. Entre esses jovens, o desemprego subiu de 15,25% no quarto trimestre de 2014 para 20,89% no mesmo período de 2015, avançando entre janeiro e março de 2016 para 26,36%. Entre os adultos até 59 anos, o desemprego atingiu 7,91% no acumulado deste ano até março. Tradicionalmente o desemprego entre os jovens é maior que nas demais faixas etárias. Mais de um quarto da população jovem está procurando emprego, mas não encontra.
Empregos formais - O primeiro trimestre de 2016 foi marcado pelo fechamento de 323 mil postos com carteira assinada, contra 65 mil no ano passado. O comércio, com 167,2 mil vagas perdidas no período analisado, começou a demitir agora, enquanto a indústria, que fechou 67,5 mil postos formais. O destaque ficou com o segmento industrial da construção civil, com fechamento de 43,9 mil vagas com carteira. A indústria da transformação também vem demitindo trabalhadores. A diferença é que nesta a perda salarial é menor, porque os empregados têm, em média, maior qualificação e sindicatos mais organizados e fortes. No setor de serviços, foram perdidos mais de 45 mil postos formais.