A presidente Dilma Rousseff confirmou na sexta-feira, 20, que a correção da tabela do imposto de renda ficará em 4,5%. Ela disse ter vetado o reajuste aprovado pelo Congresso, em 6,5%, porque “não cabe no Orçamento” a renúncia fiscal que o governo teria de fazer. “Eu sinto muito. Porque não estamos vetando porque queremos. Estamos vetando porque não cabe no Orçamento Público”, explicou Dilma em entrevista a jornalistas. “Meu compromisso é 4,5%. Se por algum motivo não quiserem os 4,5%, vamos ter de abrir um processo de discussão novamente.”
A correção da tabela do imposto de renda de pessoas físicas geraria um impacto de R$ 7 bilhões aos cofres públicos, ante uma perda de cerca de R$ 5,3 bilhões com o reajuste proposto pelo governo. A tabela com reajuste de 6,5% foi aprovada pelo Congresso no ano passado, por iniciativa da oposição. Parlamentares levam em conta a inflação oficial de 2014 para defender a derrubada do veto da presidente.
Benefícios trabalhistas
Em sua primeira entrevista desde a posse, Dilma voltou a defender as medidas de ajuste anunciadas no fim de 2014 pelo seu governo, com aumento de restrições para acesso ao seguro-desemprego e outros benefícios. “Não vai ter flexibilização das leis trabalhistas”, disse. Segundo a presidente, as medidas precisam ser aperfeiçoadas, mas admitiu que pode negociar. “Eu acho que sempre há negociação. Ninguém acha que num país democrático que tem um Congresso livre, que tem movimentos sociais sendo ouvidos e com os quais você dialoga seja algo fechado. Sempre há negociação”, afirmou.