Por Silvani Soares
Vitória de Dilma no NordesteE sobre a candidata eleita, Dilma Roussef foi a primeira opção do presidente Lula, ao indicá-la como candidata contrariando as tendências do PT favoráveis a prévias. O processo que culminou na eleição de Dilma Rousseff à presidência começou, de fato, há cerca de três anos, quando Lula definiu, nos bastidores, que ela deveria ser sua sucessora. De uma lista de possíveis nomes que incluía Ciro Gomes e Marta Suplicy, o presidente ficou com Dilma. Uma aposta que, "deu certo", como mostram os resultados das urnas neste domingo. A primeira mulher eleita presidente do Brasil obteve 56% dos votos do País, venceu em todos os sete estados nordestinos. E no Maranhão, liderou com 79% dos votos. Vinte e nove milhões de eleitores não compareceram às urnas. A abstenção foi de 21,36% neste segundo turno - 3% a mais do que foi registrado em 3 de outubro.
Reconhecimento a Lula
Eleita no segundo turno, ela se emocionou ao reconhecer a liderança de Lula e agradeceu a confiança em seu nome. Repetiu compromissos de campanha como a erradicação da miséria e a manutenção de uma política econômica responsável. Prometeu "zelar" pela liberdade de imprensa e religiosa e acenou à oposição. O presidente Lula chega à fase final de seu governo com uma aprovação recorde: 82% dos entrevistados pelo Datafolha o consideram "bom ou ótimo" governante.
Vitória contra o preconceito
A eleição de Dilma é um passo importante para que a sociedade brasileira enterre de uma vez por todas o preconceito de gênero. A opinião vem dos diferentes cientistas políticos, professores universitários e políticos, o que sinaliza a modernização da política brasileira. "É uma experiência já vivida em outros países da América Latina, e que vai estimular mulheres em geral a participarem da política”. Dilma enfatizou ainda: "Vou honrar as mulheres brasileiras para que esse fato hoje inédito se transforme em um fenômeno natural".
Vitória no Ceará
A candidata eleita obteve no primeiro turno 66,33% e neste segundo atingiu 77% numa abstenção de 23 por cento. Cid e Luizianne estiveram unidos nesse projeto. É também uma vitória rara na política brasileira: a de um projeto, e não a de uma pessoa física. A eleição da Dilma inaugura uma nova pauta de conjecturas, quanto ao futuro do País, envolvendo esperanças.
A luta continua
“Não é um adeus, é um até logo”. Foi a principal frase deixada pelo candidato derrotado José Serra. E arrematou: “para os que nos imaginam derrotados, eu quero dizer: nós apenas estamos começando uma luta”. Em outras palavras, a luta continua. Especialistas apontam erros da campanha do Serra que poderia ser o mesmo com Dilma, se fosse a derrotada.
Antecipar nomes
O senador e presidente do PSDB, Sérgio Guerra, defendeu que o partido lance seu próximo candidato à Presidência com dois anos de antecedência, já em 2012. Hoje com 68 anos, na próxima eleição, Serra estará com 72. Vai enfrentar resistências internas. O partido terá de "formar novas lideranças com discurso de oposição. Apesar da conquista de oito governos estaduais, os analistas acham que o partido sai das eleições enfraquecido no plano nacional, com a perda de cadeiras no Senado e na Câmara.
Todos na democracia
Com 82 anos, Siqueira Campos (PSDB), de Tocantins, é o governador mais velho do País. Por sua vez, Camilo Capiberibe (PSB), do Amapá, é o mais novo, com 38 anos.
Marina saúda candidata eleita
Por telefone, disse que foi uma conversa cordial e amistosa. “Desejei a ela sucesso, boa sorte e que Deus lhe dê graça e sabedoria para esta importante missão”. Segundo Marina, Dilma manifestou disposição para o diálogo em seu futuro governo.
Zé Dirceu diz não
Segundo reportagem do jornal O Estado de São Paulo publicada nesta segunda-feira, 01, o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, afirmou que não participará do governo da presidente eleita, Dilma Rousseff (PT). “Não posso, não quero e não devo. No governo, nenhum (cargo)”, declarou.
Futuros nomes
Em comum acordo com o presidente Lula, a presidente eleita, Dilma Rousseff, deverá confirmar o primeiro nome de sua futura equipe do primeiro escalão antes da posse: o atual do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, é o nome mais forte para a chefia da Casa Civil. Nos bastidores, nomes como Palocci, Cardozo e Fernando Pimentel são apontados como possíveis ministros. A presidente eleita, Dilma Rousseff, tem um perfil mais técnico que político e deverá dar continuidade ao modelo de gestão implementado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A avaliação é do cientista político e sociólogo Antônio Flávio Testa, da Universidade de Brasília (UnB). “Ela vai precisar melhorar sua capacidade de articulação, com uma equipe flexível para se relacionar com o Congresso Nacional”, disse o professor à Agência Brasil. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva agendou para a próxima sexta-feira uma reunião que marcará o início do processo de transição para o próximo governo.
Pesquisas e as urnas
O Ibope divulgou na quinta-feira (28) pesquisa em que apontava vitória de Dilma Rousseff (PT) com 57% dos votos válidos e José Serra (PSDB) com 43% na disputa em segundo turno pela Presidência da República. Como a margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais, Dilma poderia ter entre 55% e 59%, e Serra, entre 41% e 45. Domingo, 31, eleições presidenciais, não foi diferente das urnas: Dilma (56,05) – Serra (43,95).